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Exposição fotográfica

Caronte é o barqueiro que transporta almas moribundas entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos, aqueles que não possuem uma moeda para pagar pelos seus serviços estará destinado a vagar por cem anos às margens do Rio Estige, uma espécie de “não-lugar” entre o plano superior e o plano inferior, chamado de Purgatório por alguns, de Umbral por outros, mas todos nomes que se referem a esse lugar singular e transitório, onde o tempo é indiferente e o caminho infinito.

Pela a ótica desse enredo, assumindo a figura do transeunte que foi pela cidade de Goiás, o fotógrafo Júlio Abreu registrou a paisagem da cidade histórica sob singularidade própria: ao longo de alguns meses, minutos antes do amanhecer e das luzes dos postes coloniais se apagarem, o chão muitas vezes molhado pela passagem de chuva ou do orvalho da madrugada, realizou a série de fotografias que compõem “A Margem é o Caminho do Expurgo”, um catálogo que reúne frações desse percurso captado em seu próprio espaço-tempo-imaculado, e como ele próprio percebe: entre algo que já foi e algo que está por vir.

O projeto, que inicialmente teve a abertura na sua cidade gênese, no Museu das Bandeiras, da cidade de Goiás, veio para Goiânia com dez obras físicas e abriu simultaneamente a exposição virtual com catálogo completo no site do Museu da Memória de Goyaz. Agora, reabre na Sala de Vidro do Centro Cultural UFG, e ainda deverá circular por novos espaços expositivos de Goiânia.

Parte do propósito é revisitar e homenagear a cidade de Goiás e sua tradição cultural que evoca sentimentos diversos tanto ao público comum, quanto aos próprios artistas que perpassam por ela. Júlio Abreu, que também é graduado em cinema e aficionado por todo tipo de construção narrativa, propõe um outro olhar para a paisagem da Cidade, flertando com uma experiência coletiva dos que habitam por lá e por quem a perpassa, ajudando a compor sua história.

Júlio Abreu

Bacharel em Cinema e Audiovisual pelo Instituto Federal de Goiás, Júlio Abreu tem fascínio pela imagem (estática ou movimento) desde sua infância, quando começou a desenhar de forma autodidata. Na adolescência passou a experimentar com a fotografia até começar a trabalhar formalmente na área, passando pelos mais diversos nichos. Desde então, especializou-se como retratista, com ênfase no registro documental. No cinema, já realizou trabalhos autorais que circularam por festivais e mostras diversas, tanto na direção, como na cinematografia, mas sem jamais abandonar a fotografia estática, buscando fundamentar seus métodos, práticos e teóricos, a fim de reafirmar possibilidades de intervenção, extraindo o máximo de seus sentidos, pelo seu poder de instigar narrativas, confrontar o observador e refletir sobre aquilo que é observado.

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