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Octo Outuniro Marques

 

Octo Outuniro Marques, artista goiano e vilaboense, nasceu na Cidade de Goiás, antiga Capital do Estado de Goiás, no dia 08 de outubro de 1915. Conhecido artisticamente por Octo Marques. Filho de Pedro Valentim Marques e Francisca Ferreira de Sales Marques. Octo se casou com Maria Bernadete Argenta, e desta união nasceu um filho que faleceu ainda bebê, mas cinco filhos foram adotados pelo casal, sendo eles: David, João, Jônatas, Rosa Maria e Zacarias. Sua esposa faleceu em 1973, no dia 24 de fevereiro, com vinte e cinco anos de casamento.

Octo teve vários irmãos e irmãs, sendo Agta Marques um destaque musical, mais conhecida na época como Santinha Marques e artisticamente se destacou como a Uyára de Goyaz pela sua encantadora voz. Levou sua arte para outros estados brasileiros e acabou fixando residência em Londres, Inglaterra, até sua morte em 1993.

A família de Octo Marques tem um histórico ligado à área musical bastante sólido, tanto por músicos, compositores e maestros que incluem seu pai Pedro Valentim, seu avô Joaquim Santana e o tio Minervino Santana. Mas foi com as artes plásticas e a literatura que Octo se identificou. Ainda bem jovem, já fazia seus experimentos, inclusive com pigmentos naturais e realizava trabalhos de pintura encomendados por devotos religiosos. Como autodidata, ele foi crescendo com a arte que lhe era pertinente e observador como era, captou a lição que a vida lhe proporcionou.

Como artista versátil que se tornou, Octo trabalhou com variadas técnicas como: desenho, pintura, cerâmica, xilogravura; e registrou também suas marcas como escritor e jornalista, eternizando seus artigos, contos, crônicas e causos. Octo fez um excelente trabalho documental de sua época, retratou de forma singular com olhar afetivo, sua amada terra natal, o povo com seus costumes e tradições, a beleza natural dos morros, a arquitetura colonial.

Anatole Ramos no Prefácio de Cidade Mãe, casos e contos, segundo livro publicado por Octo Marques em 1985, registra: ” (…) Entretanto, não lhe bastam nem mesmo o desenho nem a pintura, em que se revela mestre consumado. Ele vai mais longe, põe-se a acariciá-la, também com as palavras. E o faz com maestria (…)”

O jornalista Jaime Câmara ( que veio para a cidade de Goiás na década de 30 e juntamente com seus irmãos fundaram a Tipografia Popular), registra no Prefácio de Casos e Lendas de Vila Boa, primeiro livro de Octo Marques (1977) : ” (…) Em Casos e Lendas de Vila Boa, podemos dizer que Octo Marques firma seu perfeito domínio na arte de escrever, produzindo uma arte totalmente diferente de quantas já se editou sobre as belezas de Goiás (…)”.

Por ocasião do centenário de nascimento do artista, o jornalista Bruno Félix faz referência a Octo Marques (O Popular 08 de outubro de 2015), Sob o tema Octo Eterno: ” (…) Ele foi escritor de mão cheia (…)”.

Além de publicar e ilustrar seus três livros: Casos e Lendas de Vila Boa (1977), Cidade Mãe, casos e contos (1985) e Colcha de Retalhos, casos e crônicas (1994); Octo publicou em jornais como: O Popular, Diário do Povo, Gazeta de Goiás, Folha de Goiás, Tribuna de Goiás, Jornal Cidade de Goiás, dentre outros. Foi revisor do jornal O Estado de São Paulo, ilustrador da revista Vida Doméstica, também um dos fundadores da Associação Goiana de Imprensa (AGI), além professor e um dos fundadores da Escola de Artes Plásticas Veiga Valle, da cidade de Goiás.

Participou de inúmeras exposições e tem suas centenas e centenas de obras pelo mundo. Octo faleceu em 1988 no dia 22 de abril. Suas obras perpetuam seu talento artístico e firmam seu amor e dedicação aos saberes e fazeres vilaboenses, também para futuras gerações.

 

Texto: Marly Mendanha

 


 

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